O FÍGADO e as Principais funções
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Fonte mdsaude
O fígado é um órgão vital, sem o qual não é possível sobreviver. Além
de ser o maior órgão sólido e a maior glândula do corpo, o fígado
também é responsável por centenas de funções no nosso organismo.
Neste
artigo iremos abordar as principais características do fígado, dando
ênfase às principais funções deste órgão. Se você está à procura de
informações sobre sintomas de problemas no fígado.
O que é o fígado?
O fígado é um grande órgão maciço, com
aproximadamente 20 cm de diâmetro, 17 cm de altura e peso médio de 1.4
quilo, localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal,
logo abaixo do diafragma.
Localização do fígado |
O
suprimento sanguíneo do fígado é feito por duas vias, pela artéria
hepática (20-40%) e pela veia porta (60-80%). O fígado é um órgão tão
vascularizado que chega a receber 1.5 litro de sangue por minuto.
Uma
das mais interessantes características do fígado é a sua incrível
capacidade de se regenerar, sendo ele capaz de retornar ao tamanho
normal mesmo após ter mais de 50% do seu volume retirado cirurgicamente.
O
fígado é uma complexa fábrica orgânica, com centenas de funções, entre
as mais importantes, remover toxinas do sangue e processar alimentos
vindos dos intestinos.
Funções do fígado
As células do fígado, chamadas hepatócitos,
contêm milhares de enzimas que são responsáveis pela metabolização das
substâncias presentes no sangue, sejam elas benéficas ou prejudiciais ao
nosso organismo. O fígado também é capaz de armazenar nutrientes e
outras substâncias úteis, além de produzir proteínas e vitaminas
essenciais para nossa saúde.
A ciência já conhece mais de 500 funções do fígado, vamos falar resumidamente das principias:
1- Metabolização dos nutrientes digeridos
O
processo de digestão consiste na quebra dos nutrientes em moléculas
cada vez menores, até o ponto delas poderem ser absorvidas pela mucosa
dos intestinos e depois lançadas na circulação sanguínea.
Sistema Porta hepático
Toda
a circulação sanguínea do trato digestivo drena em direção à veia
porta, de forma que nenhum nutriente ou substância ingerida consiga
chegar ao resto do organismo sem antes passar pelo fígado.
Este
processo é de suma importância, pois é o fígado quem controla quanto,
qual, em que forma cada substância originada da alimentação passará para
o resto do corpo. Exemplos:
a. Gorduras
O processo de
digestão quebras as gorduras em moléculas pequenas, chamadas ácidos
graxos e glicerol. São estas as moléculas absorvidas pelos intestinos e
lançadas em direção à veia porta. No fígado essa gordura é transformada
em diversas substâncias, como fosfolipídios ou colesterol, que são
essenciais na produção de nossas células.
O fígado também usa as
gorduras para sintetizar lipoproteínas, como o HDL, VLDL, e LDL, que são
as moléculas responsáveis pelo transporte de colesterol pelo sangue.
O fígado também é quem determina se a gordura ingerida será usada para
gerar energia ou será armazenada. Se o indivíduo consome gorduras em
excesso, o fígado transforma o glicerol e o ácido graxo em
triglicerídeos, armazenando-os no tecido subcutâneo, criando camadas de
tecido adiposo (os famosos pneuzinhos). De forma oposta, se o corpo
precisar de fontes extras de energia, o tecido adiposo quebra os
triglicerídeos novamente em glicerol e o ácido graxo, enviando-os de
volta para o fígado para que eles possam ficar disponíveis como fonte de
energia para as células.
b. Proteínas
O processo de digestão quebra as proteínas
ingeridas em moléculas chamadas aminoácidos. O fígado é o órgão que
decide o destino destes aminoácidos, podendo utilizá-los como:
-
fonte para produção de proteínas essenciais para o organismo, como
albumina, globulinas, lipoproteínas, fatores da coagulação, etc;
- fonte para formação de massa muscular;
- fonte para produção de gordura, pois, caso necessário, o fígado consegue transformar aminoácidos em triglicerídeos, num processo chamado lipogênese;
- fonte para produção de glicose, em um processo chamado gliconeogênese.
- fonte para formação de massa muscular;
- fonte para produção de gordura, pois, caso necessário, o fígado consegue transformar aminoácidos em triglicerídeos, num processo chamado lipogênese;
- fonte para produção de glicose, em um processo chamado gliconeogênese.
Pacientes
com doenças graves do fígado apresentam níveis baixos de proteínas no
sangue, principalmente albumina. A perda de massa muscular também é
comum devido à perda de capacidade de lidar com os aminoácidos recebidos
da alimentação. A deficiência de fatores da coagulação faz com que
estes pacientes apresentem maior risco de sangramentos.
A digestão
das proteínas produz aminoácidos, mas também gera a amônia, uma
substância tóxica para o organismo. O fígado é o responsável pela
metabolização da amônia, transformando-a em ureia, uma substância
infinitamente menos tóxica. Pacientes com cirrose e falência hepática
perdem a capacidade de metabolizar a amônia, fazendo com que a mesma se
acumule no corpo, levando à chamada encefalopatia hepática, um processo
de intoxicação dos neurônios.
c. Glicose
Os carboidratos ingeridos são transformados em moléculas de glicose,
que é a principal fonte de energia das células. Quando chega uma grande
quantidade de glicose ao fígado, ele libera uma parte em direção à
circulação sanguínea e armazena outra sob a forma de glicogênio, para
que esta possa ser usada como fonte de energia nos períodos de jejum ou
atividade física. Se o fígado já está cheio de glicogênio, mas o
indivíduo continua ingerindo carboidratos em excesso, o mesmo passa a
ser transformado em triglicerídeos (lipogênese), sendo enviado para os
tecidos subcutâneos. É por isso que comer muito carboidrato engorda.
Pacientes
com grave doença hepática podem apresentar hipoglicemias, pois o fígado
já não consegue armazenar glicose na forma de glicogênio, fazendo com
que o paciente não tenha reservas de glicose facilmente disponíveis nos
períodos de jejum.
2- Metabolização de substâncias tóxicas
Assim
como os nutrientes, qualquer outra substância ingerida também passará
pelo fígado antes de chegar ao resto do organismo, incluindo remédios,
drogas, toxinas ambientais e álcool.
Os hepatócitos são ricos em
citocromo P450, o nome dado a uma família de enzimas que têm a
capacidade de metabolizar, inativar e facilitar a eliminação pelos rins
de diversas substâncias.
O exemplo mais famoso do processo de
desintoxicação realizado pelo fígado é a metabolização de bebidas
alcoólicas. O álcool é uma substância extremamente tóxica, mas que até
certo ponto pode ser consumida, pois o fígado tem a capacidade de
transformá-lo em ácido acético, uma metabólito muito menos tóxico e
facilmente eliminado pelos rins através da urina. Se você quiser
informações mais detalhadas sobre esse processo de metabolização do
álcool pelo fígado.
O fígado também é capaz de desativar substâncias produzidas pelo
próprio corpo, como hormônios, impedindo que haja excesso dos mesmos
circulando pelo sangue.
Pacientes com doenças hepática devem
evitar álcool e determinados medicamentos, pois o fígado já não será
mais capaz de metabolizá-los adequadamente.
3- Produção de bile
Nossas
hemácias (glóbulos vermelhos) são células que têm uma vida média de 120
dias. Quando ficam velhas, elas são levadas para o baço, onde são
destruídas. Um dos produtos liberados neste processo é a bilirrubina, um
pigmento amarelo-esverdeado. A bilirrubina produzida no baço não é
solúvel em água e, portanto, não pode ser eliminada pelos rins, cabendo
ao fígado este papel.
A bilirrubina é metabolizada no fígado e
acrescentada a bile, uma substância que auxilia na digestão de gorduras.
A bile produzida pelo fígado é parte armazenada na vesícula biliar e
parte liberada no intestino, para facilitar o processo de digestão. A
presença da bilirrubina na bile é a responsável pela cor marrom das
fezes.
Se o fígado perder a capacidade de metabolizar e excretar a bilirrubina,
a mesma se acumula no sangue e acaba se depositando na pele, tornando-a
amarelada, um sinal que chamamos de icterícia.
4- Produção de substâncias essenciais ao organismo
Além
da produção de proteínas importantes, como albumina e fatores da
coagulação, já explicados acima, o fígado também é capaz de produzir,
metabolizar e armazenar uma grande diversidade de outras substâncias,
como vitaminas e ferro.
5- Destruição de bactérias e outros germes.
O
fígado possui células de defesas, chamadas células de Kupffer, capazes
de eliminar germes e fragmentos de células mortas que passem pelo
fígado.
0 comentários:
Postar um comentário