SAL e Hipetensão Arterial
terça-feira, 9 de julho de 2013
Fonte mdsaude
O nosso famoso sal de cozinha é composto basicamente de cloreto de sódio
(NaCl). É o principal vilão da hipertensão arterial. O problema não é
exatamente o sal, mas sim o sódio presente nele. Entenda por que o sal
aumenta a pressão arterial e faz mal à saúde.
Praticamente
todos os meus pacientes, quando eu peço para reduzir o consumo, afirmam
já comer pouco sal. 99% estão enganados. Se você vive no mundo
ocidental e consome queijos, molho de tomate, comida congelada, come em
restaurantes, consome fast food, biscoitos, comida enlatada e muitos
outros alimentos facilmente encontrados nos supermercados, você tem uma
dieta hiper sódica (excesso de sal). Você apenas não sabe disso porque
seu paladar está adaptado a altas concentrações de sódio.
A
quantidade máxima de sódio recomendada é de 2,4 gramas por dia, o
equivalente a 6 gramas de sal. Para se ter uma ideia, aquele saquinho de
sal, branco e quadradinho que existe em todo restaurante possui 1g de
sal. Pacientes hipertensos, cirróticos, insuficientes renais crônicos ou
com insuficiência cardíaca devem consumir menos de 1,5 grama de
sódio/dia. A população ocidental consome em média de 9 a 15g de sal por
dia.
Os efeitos do sal são diferentes em cada indivíduo, mas
alguns grupos apresentam maior sensibilidade: negros, obesos e doentes
renais crônicos.
Além de provocar hipertensão, o sal também
atrapalha o seu tratamento ao inativar alguns anti-hipertensivos. Isso
acontece principalmente na família dos diuréticos e dos IECA (captopril e
enalapril são os mais famosos).As populações que apresentam baixa ingestão de sódio praticamente não
apresentam casos de hipertensão. Nossa dieta contém muito mais sódio do
que o necessário. Temos um paladar que foi acostumado a grandes
quantidades de sal desde a infância que não notamos o quanto nossa
comida é salgada.
Além das consequências da hipertensão, o excesso de sódio também está relacionado a:
- AVC (derrames)
- Insuficiência renal
- Insuficiência cardíaca
- Câncer de estômago
- Pedras nos rins
- Diabetes
- Asma
- Osteoporose
- Insuficiência renal
- Insuficiência cardíaca
- Câncer de estômago
- Pedras nos rins
- Diabetes
- Asma
- Osteoporose
Devido aos problemas do sódio, o chamado sal light, composto por cloreto de potássio (Kcl), vem ganhando adeptos. O nome light não é bom e causa confusão, pois o termo normalmente é dado a alimentos de baixo valor calórico. Na verdade o sal light, não é cloreto de potássio puro, ele é uma mistura com cloreto de sódio, porque o gosto do potássio é muito azedo.
Trabalhos científicos mostram que uma maior ingestão de potássio, ao
contrário do sódio, protege contra a hipertensão. Alimentos
industrializados costumam ser ricos em sódio e pobres em potássio,
enquanto que nas frutas e nos vegetais ocorre o oposto.
Mas existe
um risco. O potássio em grandes quantidades pode ser letal. Tanto que
nos países com pena de morte, o medicamento usado nas injeções letais é o
próprio cloreto de potássio, obviamente em quantidades muito elevadas.
Em
geral quem controla as concentrações de potássio no nosso sangue são os
rins. Se ingerirmos mais potássio que o necessário, o excesso sai na
urina. O problema são os pacientes com doenças renais, que não conseguem
controlar bem o potássio sanguíneo. Nesses, o KCl é contra-indicado.
Pessoas com boa função dos rins não correm risco.
Como a
hipertensão é causa de insuficiência renal, assim como, a insuficiência
renal leva a hipertensão, não é incomum encontrarmos pacientes com as
duas patologias ao mesmo tempo. Por isso, se você é hipertenso ou
apresenta fator de risco para doença renal, dose sua creatinina antes de
tomar suplementos que contenham potássio.
O ideal é cortar o sal da dieta, ingerir menos de 6 gramas por dia e
associar a uma alimentação rica em frutas e verduras. O sal light
faz menos mal que o sal comum, mas ainda contém, mesmo que em menor
quantidade, cloreto de sódio. O mais importante é uma reeducação do
paladar para não sentir tanta falta do sabor salgado.
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