Cirurgia Bariátrica
sábado, 13 de outubro de 2012
O que é cirurgia bariátrica?
Em alguns casos mais graves, as mudanças alimentares e a prática de
atividades físicas são impossíveis de serem implementadas. Nestas
situações, apenas uma intervenção médica mais efetiva, como a cirurgia
bariática (cirurgia para redução do tamanho do estômago), deve resolver o problema. A maioria desses casos são aqueles em que o índice de massa corporal (IMC) atinge valores superiores a 40 kg/m².
Nestes obesos, os inúmeros tratamentos e a oscilação ponderal, além do potencial genético, agravam o quadro clínico.
As doenças associadas à obesidade grau III (hipertensão arterial , artropatias, dislipidemias, diabetes , disfunções respiratórias, etc), geraram o termo “obesidade mórbida”, que deve ser abandonado.
Existe mais de um tipo de cirurgia bariátrica?
Existem dois tipos de cirurgia bariátrica. No primeiro, em que há redução do tamanho do estômago,
existem três variações denominadas: banda vertical ajustável,
gastroplastia vertical, gastroplastia vertical com by-pass em y de Roux.
Esta última, também chamada Capella ou Fobi-Capella, é a mais utilizada
e foi desenvolvida por cirurgiões. Além da restrição causada pela
diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.
O segundo tipo é a cirurgia disabsortiva (ou Derivação
bilio-pancreática), chamada de cirurgia de Scopinaro. Neste caso, o
paciente terá mais liberdade de comer maior quantidade de alimentos, já
que não há grande diminuição do estômago, que fica com 2/3 do seu tamanho original. O que é feito aqui é um grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso.
Estes pacientes submetidos à gastroplastia redutora devem ser
acompanhados, recebendo orientações específicas para elaboração de uma
dieta equilibrada. A adesão ao tratamento deverá ser avaliada, uma vez
que pacientes instáveis psicologicamente podem recorrer a preparações de
alta densidade calórica, de baixa qualidade nutricional, colocando em
risco o sucesso da intervenção a longo prazo.
Existem contra-indicações para a realização desta cirurgia como, por exemplo, cirrose hepática,
algumas doenças renais e psiquiátricas graves, vícios (droga,
alcoolismo) e disfunções hormonais. Todas devem ser avaliadas por
profissionais com prática e conhecimento aprofundado neste assunto.
Em todos os casos você deverá, obrigatoriamente, ter pleno
conhecimento das características, necessidades, riscos e limitações de
cada cirurgia. Participe de reuniões com uma equipe multiprofissional e
com pacientes já operados para poder ter certeza da sua decisão.
Quais os cuidados a serem tomados antes e após a cirurgia?
Os cuidados a serem tomados antes e após cada cirurgia vão depender
de cada caso, mas no geral consistem em avaliações clínico-laboratoriais
com exames de sangue, radiografia de tórax, ultra-sonografia e/ou tomografia do abdômen, avaliação cardiológica, endoscopia
digestiva com pesquisa de H. Pylori e avaliação da função respiratória
(mais aprofundada quanto mais obeso ou complicado seja o caso). Caso o
paciente tenha alguma doença que necessite tratamento e controle prévio,
a cirurgia será adiada até que se obtenha a melhor condição clínica.
Os obesos que passam por uma cirurgia bariátrica necessitam de
orientação nutricional permamente para suplementar a dieta com compostos
ricos em proteínas, vitamina B12 e ferro. Cuidados especiais para evitar casos de desnutrição após a cirurgia também são necessários.
Após a cirurgia, o paciente já sai do hospital, em média, com menos
dois quilos. Nos primeiros meses, a redução no peso chega ser de sete a
oito quilos. Os pacientes com quadro de diabetes tipo 2 podem precisar reduzir ou interromper o uso de insulina. A complicação mais difícil de ser tratada é a pressão arterial. Ela demora mais a estabilizar e o paciente não interrompe o uso de medicamentos.
Todos os tipos de tratamento da obesidade,
do mais simples ao mais radical, exigem empenho e determinação. Será
sempre necessário um suporte multiprofissional e a adequação da dieta às
novas metas a serem alcançadas. Para garantir um bom nível de adesão e o
sucesso terapêutico, sua motivação é essencial e pode ser auxiliada por
orientações com embasamento técnico e científico de qualidade, ajudando
na solução ou diminuição do problema.
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