Hipertensão pulmonar
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/hipertensao-pulmonar.aspx
Cansaço progressivo na execução de tarefas corriqueiras, fraqueza, dor no peito, tosse persistente, inchaço nas pernas, tontura e desmaio. Esses são os principais sintomas da hipertensão pulmonar, doença grave caracterizada pela elevação da pressão sanguínea nas artérias que transportam o sangue do coração para os pulmões, provocada por bloqueio ou destruição dos vasos. Para vencer esse aumento de pressão, o coração tem de bombear com mais força o sangue para ser oxigenado nos pulmões. Com isso, vai se dilatando até levar à falência cardíaca e à morte.
Até a década de 90, o tratamento era basicamente paliativo. O paciente ficava em casa recebendo oxigênio, diurético e anticoagulante, com sobrevida média de três anos. A única alternativa era o transplante pulmonar para ambos os pulmões ou combinado com o coração. Mas a descoberta de novos medicamentos e um melhor conhecimento da doença vêm mudando para melhor esse cenário.
Rastreando as causas
Os sintomas iniciais da hipertensão pulmonar se assemelham ao de outras enfermidades. Por isso, o primeiro passo é garantir o diagnóstico correto. Em geral, são feitos raio X do tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma. Se este último indicar hipertensão pulmonar (pressão superior a 25 milímetros de mercúrio em repouso), pode-se confirmar o diagnóstico por meio de cateterismo cardíaco direito.
Mas, antes de estabelecer tratamento e prognóstico, há ainda muito a ser feito. Há cinco diferentes tipos de hipertensão pulmonar. Para definir o melhor caminho a ser seguido em cada caso é fundamental fazer um rastreamento das causas da doença, envolvendo uma equipe multidisciplinar, com médicos de diferentes especialidades e outros exames diagnósticos.
A Hipertensão Pulmonar é uma doença causada por alterações que interferem no fluxo sanguíneo das artérias e veias pulmonares e podem sobrecarregar o coração, levando a complicações como falência cardíaca e até morte. Ter conhecimento das causas da hipertensão é fundamental para um tratamento efetivo.
Hipertensão arterial pulmonar
Hipertensão venosa pulmonar
Hipertensão pulmonar secundária por doenças pulmonares
Hipertensão pulmonar devido à doença tromboembólica pulmonar
Mecanismos multifatoriais
“O tratamento da hipertensão pulmonar está condicionado à causa da doença”, frisa a Dra. Marlova Caramori, pneumologista e coordenadora clínica de transplantes de pulmão Einstein. Segundo ela, a heterogeneidade dos casos demanda atenção redobrada dos médicos para rastrear todas as possibilidades. “Temos de investigar os possíveis fatores associados aos cinco tipos da doença”, completa a médica.
Quando o problema é derivado de causas secundárias, como no caso da hipertensão pulmonar associada a males cardíacos, trombose pulmonar, enfisema pulmonar, fibrose pulmonar ou apneia do sono, entre outros, a estratégia médica deve se concentrar no enfrentamento da origem do problema. Fatores combinados também são possíveis e precisam ser combatidos. “Nesses casos, se a causa da hipertensão pulmonar for tratada em tempo hábil existe chance de cura. Por isso, o diagnóstico precoce é muito importante”, explica a Dr. Marlova. “A extração de um trombo pulmonar desencadeador da hipertensão pulmonar ou a correção cirúrgica de um mal congênito cardíaco de um bebê podem significar a resolução definitiva do problema”, exemplifica.
Hipertensão arterial pulmonar
Um tipo importante da doença é a hipertensão arterial pulmonar. Embora suas causas sejam desconhecidas em 40% dos casos (definida, então, como idiopática), ela também pode ter origem hereditária ou estar associada ao consumo de drogas (principalmente anfetaminas e os inibidores de apetite como as fenfluoraminas, hoje banidas do mercado), à infecção pelo vírus HIV e a doenças hepáticas, reumatológicas e cardíacas congênitas, além de anemia hemolítica e esquistossomose.
A hipertensão arterial pulmonar não tem cura, mas o arsenal de medicamentos vem possibilitando aprimorar o tratamento e melhorar o prognóstico dos pacientes. A primeira dessas drogas foi o epoprostenol, aprovado nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA) em 1995. Depois vieram o sildenafil (2002) e o bosentana (2006). “Essas drogas têm diferentes mecanismos de ação, mas todas têm o objetivo de reduzir a pressão dos vasos pulmonares. Hoje elas geralmente são usadas de maneira combinada”, explica a Dra. Marlova.
Esses medicamentos têm aumentado a sobrevida dos pacientes e abrandado a gravidade dos casos, melhorando muito a qualidade de vida. “Atualmente, temos pacientes que vivem de 6 a 12 anos usando medicação”, afirma a médica. Antes do advento dessas drogas, a hipertensão pulmonar era responsável por 12% das indicações de transplantes de pulmão no mundo. Hoje, esse índice caiu para 2%.
Diagnosticada pela primeira vez em 1951, essa doença complexa e de alta letalidade continua a desafiar os médicos. Contudo, se há duas décadas os tratamentos eram apenas paliativos, hoje eles realmente fazem a diferença para o paciente. E as pesquisas em andamento acenam com a promessa de novos avanços. Mas, por enquanto, é preciso explorar bem os conhecimentos e recursos disponíveis para fazer o diagnóstico precoce e preciso e iniciar o tratamento. Quanto antes, melhor.
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