A infecção por HPV e o risco de câncer

domingo, 20 de janeiro de 2013

Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/a-infeccao-por-hpv-e-o-risco-de-cancer.aspx
Transmitido sexualmente, o HPV (papilomavírus humano) é um vírus que contamina indistintamente homens e mulheres. Mas é para elas que traz ameaças maiores. O HPV está ligado a 99% dos casos de câncer de colo do útero, o segundo mais frequente nos órgãos femininos. Nos homens, oferece risco de desenvolvimento de câncer no pênis, doença menos comum. Além disso, em ambos os sexos, pode causar lesões nos órgãos genitais, ânus e outras áreas da pele.
De maneira menos expressiva, o HPV também está associado, tanto no homem como na mulher, com o câncer de laringe e de ânus. “Nesses casos, ele ocupa uma posição de coadjuvante, enquanto no do colo do útero ele é o ator principal”, afirma o Dr. Mariano Tamura Vieira Gomes, ginecologista do Einstein.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), de 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas, ao longo dos anos, por um ou mais tipos de HPV (existem mais de cem diferentes). Estima-se que, atualmente, cerca de 25% delas sejam portadoras do vírus, embora a maioria desconheça o fato, pois grande parte é assintomática. Entre os homens, o percentual sobe para 50%, evidenciando a delicada posição que eles ocupam nesse quadro epidemiológico: o de agentes potencialmente transmissores do vírus às mulheres.
“A relação sexual é a principal forma de contaminação por HPV. Por isso, homens e mulheres devem assumir conjuntamente a prevenção como arma contra o HPV. Usar preservativos (masculino ou feminino) nas relações sexuais e reduzir o número de parceiros é a melhor receita para ficar longe do vírus”, destaca o Dr. Eduardo Zlotnik, ginecologista do Einstein.
As vacinas podem ser aliadas extras. Elas protegem contra alguns tipos de HPV, especialmente quando aplicadas na pré-adolescência, antes do início da vida sexual. Mas, como alerta o Dr. Mariano, há dois aspectos que devem ser levados em conta: 1) elas têm ação profilática e não terapêutica, ou seja, não eliminam o vírus quando ele já infectou o organismo; 2) existem outros tipos de vírus HPV associados a lesões fora do espectro de proteção das vacinas.
Para as mulheres, vale um alerta adicional: independentemente das ações adotadas para se proteger do HPV, é preciso realizar periodicamente o papanicolau, exame que permite identificar lesões que podem levar ao câncer de colo do útero.
Por conta disso, homens e mulheres devem ficar atentos aos sinais da ação nociva do HPV no organismo, como o aparecimento de lesões e verrugas no pênis, vulva, ânus e outras áreas da pele. Uma vez observados, o médico, em geral um ginecologista, urologista ou proctologista, deve ser procurado. Além do exame clínico, ele poderá solicitar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
Existem ainda formas em que o vírus permanece no organismo de forma latente ou dormente, sem causar lesões; e outras em que as lesões não podem ser percebidas a olho nu. “Às vezes, a pessoa não tem uma lesão visível por HPV, mas ela pode ser constatada por meio de procedimentos, como a colposcopia nas mulheres ou peniscopia nos homens, exames baseados na aplicação de substâncias químicas para a observação da reação das áreas lesionadas por meio de lentes de aumento”, comenta o Dr. Mariano.
Um diagnóstico de HPV positivo, porém, não é motivo de pânico. A maioria das pessoas consegue eliminar o vírus naturalmente em até dois anos. “As pessoas que têm boa resposta imunológica conseguirão eliminá-lo. Já um indivíduo transplantado, com deficiência imunológica ou com HIV, por exemplo, terá maior dificuldade”, diz o Dr. Mariano. “Contudo, o compromisso com prevenção precisa ser constante. Mesmo que a pessoa consiga eliminar um tipo do vírus HPV, pode ser contaminada por outro”, completa o Dr. Eduardo.
Essa capacidade do sistema imunológico de eliminar sozinho o vírus faz com que em pacientes com pequenas lesões os especialistas optem apenas pelo acompanhamento, sem optar imediatamente por tratá-las. “Cerca de 80% das lesões iniciais, que são as classificadas como grau 1, regridem sozinhas”, afirma o Dr. Eduardo. “Já nas de grau 2 e 3, a situação se inverte, com potencial de 60% a 80% de progressão”, acrescenta o Dr. Mariano.
O tratamento das lesões leves (grau 1), quando feito, é com cauterização química, elétrica ou com Laser. No colo do útero, quando as lesões caracterizam pré-câncer (grau 2 ou 3), o tratamento envolve uma cirurgia que tira apenas a parte doente do colo uterino e preserva os órgãos reprodutivos e o potencial de gravidez. Já quando há o câncer, é preciso retirar o útero e até parte da vagina ou tratar com radioterapia. Quanto mais precoce o diagnóstico da lesão maligna, maiores as chances de cura da doença.
Em todos os casos, é fundamental que o paciente conte com a orientação de um especialista capacitado a avaliar o seu caso e orientá-lo em relação ao melhor procedimento a ser adotado – seja em termos de tratamento ou o simples monitoramento no caso de lesões menores. Além disso, assim como em todas as doenças sexualmente transmissíveis, a melhor atitude é praticar intensamente a prevenção. É algo simples de fazer, que depende apenas da atitude pessoal e, mais importante, bastante eficiente para manter à distância os microrganismos que podem afetar a saúde de homens e mulheres.

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